Thursday, May 03, 2007

"Fado do Encontro"



Ao longe, distante...
A alma esconde-se do corpo.
O destino amarra os pés.
Os sentidos asfixiam.
O coração quase se perde.

Subitamente, Apressadamente...
O tempo revolta o pensamento.
Os olhos acordam,Lentamente...

Caminhando, re-vendo.
O caos organiza-se.
A saudade reecontra o vazio.
Os momentos unem-se.

De perto, Desperto...
O corpo integra a alma...

E nele,
de certo,
o fado prossegue, para sempre completo.

Tuesday, February 06, 2007

Moral


Será possivel legalizar a consciência?
Sim, porque é disso que se trata, uma questão de moral e príncipios que vai a votos dia 11 de Fevereiro.
A conclusão geral de um país vai regular a vida de sujeitos individuais.
Será?
De certo que não.


Thursday, January 25, 2007

O Sim e o Não


"Cada vez mais queremos certezas, cada vez mais queremos respostas. Quando procuramos um sim ou um não experimentamos. Queremos saber se a gravidade existe, vamos a uma janela, atiramos um objecto, se este cair: "sim a gravidade existe!", se este ficar suspenso: "não, a gravidade não existe!". Queremos saber se um CD é lido por uma aparelhagem de maneira a poder ser ouvido, basta colocá-lo na aparelhagem e obtemos a resposta! É a era do método experimental... Temos a problemática, temos a teoria, os meios, o procedimento, e temos um fim, um objectivo, um sim ou um não! Até na arte que se diz subjectiva, o que não falta é objectividade. Acredito que seja assim devido à maneira que ela é-nos conduzida desde novos, na escola somos sempre direccionados para um único tipo de interpretação, o que limita em muito a visão da mesma. Mas, acima de tudo, ou gostamos dela ou não, ou concordamos com ela ou não. Sim ou Não. Mestres do pensamento moderno e contemporâneo no entanto dizem, escrevem e estabelecem que não há verdades absolutas, que não há coisas certas ou erradas, que o que se passa num momento pode não se passar noutro, que o que acontece num local pode não acontecer noutro. Empurram-nos para o meio termo, para o subjectivo, para a indecisão, para o Talvez. Dizem que o Homem é um ser naturalmente subjectivo, pois tem a capacidade de sentir, de amar, de odiar, de construir e de destruir. Há séculos atrás, o pouco conhecimento fazia-nos gigantes... Colocáva-nos no centro do Sistema Solar e do Universo. Hoje em dia, por cada descoberta que fazemos, mais insignificantes ficamos, pois apercebemo-nos que somos infinitamente pequenos. Mundo inversamente proporcional este onde vivemos. Afinal queremos ser grandes ou pequenos? Queremos respostas ou perguntas? Queremos certezas ou dúvidas? Queremos ser conformistas ou exploradores? Do Caos se faz a Ordem, e é por haver dualidades, lados e pólos que evoluímos, mas que também retrocedemos, pois ordem é equilíbrio e este é um pêndulo que vai para a frente e para trás, e a evolução paga-se com o retrocesso, e este combate-se com a evolução. Afinal de contas, em que ficamos? No objectivo, ou no subjectivo? No sim ou não ou no Talvez? O próprio cerébro do Homem é dividido em dois hemisférios, um responsável pelo lógico, outro pelo abstracto. Cabe-nos a nós ser os Mestres do Pensamento e decidir se ficamos pela fisiologia ou se conseguimos ir mais longe."

in "Talvez te invente";
D. Gonçalo


Sunday, December 17, 2006

"É isso aí"



















"É isso aí...
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre

É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar

Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar
Não sei parar De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades

Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí

Um vendedor de flores

Ensinar seus filhos a escolher seus amores


Eu não sei parar de te olhar

Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar

Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar"

Ana Carolina e Seu Jorge


Boa Música...Desperta mil sentimentos..que no fim quase se completam...
"É isso aí"




Thursday, December 07, 2006

Porque...




Porque o querer viver todas as sensações prejudica a escuta do silêncio e o encontro do importante.
Será compensatório a experimentação do parecer em virtude da feliz certeza inerte?


Thursday, November 30, 2006

Terapia



Quando as coisas não se esquecem..não são para ser esquecidas..
A vontade nem tudo reduz..A esperança o todo converte...
A limitação das palavras é por excelência um obstáculo da realização.
Não sei porque minto. Não sei se me minto.
Será porque o pensar ultrapassa o querer?
Hoje não penso..acomodo-me...
Vivo de coisas pequenas, de alegrias anãs. Elas, hoje, devoram-me e preenchem os pedaços desocupados.
Não sei..Não é uma solução, de todo uma fórmula.
Raras são as vezes que acerto na equação.
A sedução da solução, penso ser, o suficiente. E assim, se perde um fragmento.
A importância da verdade torna-se real. Glamorosa a conquista inicia-se.
A todos , um bom começo.

Friday, November 17, 2006

Acasos Geométricos


Intempestivo chega o acaso.
Sorrateiramente se instala.
Sem qualquer comunicação de duração, estende-se o suficiente até converter a certeza.
A variedade de situações dúbias é infindável...
Não me canso de gostar de acasos geométricos! Aqueles cuja imprevisibilidade faz fronteira com o rigor. Sim, esses que por mais inesperados que sejam, planificam e corporizam o futuro breve.
O único impasse é que a vida é feita de sucessivas relatividades, repetições, coincidências ou meras rotações contrárias de graus..
E as vidas estão suspensas num mundo polidamente
redondo...
Assim sendo, será que por mais sobreposições de acasos que existam
, voltamos sempre ao primeiro, onde a aventura evapora e o definitivo se acomoda?
Talvez..
Mas, não se esqueçam de se lembrar..que tudo antes de ter forma...é um esboço de ilusões!
Isso sim, é o bastante!